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Literatura

O Jogo na Literatura Clássica: 6 Obras Marcantes

Os jogos de azar estiveram presentes em muitas obras conhecidas da literatura. Desde os tempos mais remotos, trouxeram elementos de emoção e suspense, ao jogar com o risco das decisões tomadas por personagens complexos e cativantes.

E não poderia ser diferente. Afinal, há muito tempo, esses jogos fazem parte da experiência humana. Então, nada mais natural que serem transpostos para criações artísticas de diferentes autores. Ao mesmo tempo, continuam a ser praticados em todo o mundo.

Hoje em dia, não é difícil jogar roleta, poker e outros jogos tradicionais online. Existem muitos casinos portugueses que oferecem tudo isso de forma prática e rápida. E os jogadores ainda têm a opção de visitar um casino terrestre no país.

Não gosta de jogar? Ainda assim, certamente irá gostar de ler o que alguns dos principais escritores contaram sobre a experiência de jogo.

A seguir, iremos analisar seis obras que marcaram época na literatura mundial ao abordar o tema dos jogos de azar. Da prosa densa de Dostoiévski às peripécias de James Bond, não faltam histórias que exploram esse universo fascinante.

Rinconete e Cortadillo — Miguel de Cervantes

Rinconete e Cortadillo é uma das histórias presentes no livro Novelas Exemplares, do escritor espanhol Miguel Cervantes. Famoso principalmente pelo Dom Quixote, ele lançou essa coleção de contos em 1613. Este conto específico se tornou célebre, entre outras razões, pela primeira menção escrita ao jogo de vinte-e-um, precursor do blackjack.

Em Rinconete e Cortadillo, Cervantes narra as aventuras de uma dupla de trapaceiros em Sevilha, no sul da Espanha. A sua especialidade são as trapaças em vinte-e-um, o que leva os leitores ao universo desse jogo que se tornaria crescentemente popular em cassinos nos séculos seguintes.

O livro tem um tom pitoresco típico de obras anteriores, como o Lazarilho de Tormes (autoria anônima). No entanto, traz personagens mais profundos, além de uma história com mais elementos para o leitor.

O Jogador — Fiódor Dostoiévski

Nesta obra famosa do século XIX, Fiódor Dostoiévski narra a história de um jovem russo que é consumido pelo vício na roleta. Alexei Ivanovitch sofre consequências devastadoras à medida que a atividade afeta sua vida pessoal e financeira. Algo parecido com o que seu criador sofreu ao longo dos anos.

Sim, O Jogador é um romance semi-autobiográfico. Afinal, o próprio autor sofria desse mal. Dizem que ele adquiriu o vício em jogo durante uma viagem pela Europa. Isso é indicado pelo nome da cidade onde se passa a trama, Roulettenburg, que faz um trocadilho entre o jogo da roleta e o sufixo que faz referência a muitas cidades alemãs.

Dostoiévski jogou e escreveu bastante ao longo de sua vida. E essas atividades estiveram relacionadas muitas vezes. Isso porque o autor vendeu os direitos de muitos livros para pagar dívidas de jogo.

A Loja de Antiguidades — Charles Dickens

Charles Dickens foi um dos autores ingleses mais populares ao longo do século XIX. Ele se tornou conhecido especialmente por livros como Oliver Twist, Um Conto de Duas Cidades e Grandes Esperanças. No entanto, em meio à sua extensa bibliografia, encontramos este livro que foca na personagem Nell Trent, uma menina de 14 anos.

Nell é orfã e vive com o avô materno, que tem uma loja de antiguidades. Decidido a dar uma vida melhor à neta, ele começa a frequentar mesas de jogo à noite. No entanto, acaba contraindo uma dívida enorme, o que força ambos a fugir da cidade. A partir disso, ocorrem diversos eventos interessantes.

La Rabouilleuse — Honoré de Balzac

Este romance lançado em 1842 faz parte da Comédia Humana, obra monumental de Honoré de Balzac — que é, na prática, um conjunto de quase tudo o que ele produziu ao longo da carreira e decidiu nomear dessa forma. Muitos críticos consideram La Rabouilleuse um dos pontos altos dessa coleção.

No livro, a família Bridau luta para se reerguer financeiramente após diversos contratempos. Muitos deles estão relacionados ao vício em jogo do personagem Felipe, que acaba sendo o motor da trama. Em 2003, o jornal The Guardian incluiu em sua lista de 100 maiores livros de ficção de todos os tempos.

O Grande Gatsby — F. Scott Fitzgerald

O Grande Gatsby é um dos principais clássicos do século XX e a obra-prima do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald. Nela, os jogos de azar não são o tema principal. Ainda assim, aparecem como um elemento que ajuda a retratar o estilo de vida de alguns de seus personagens principais.

Meyer Wolfsheim, amigo de Jay Gatsby, é uma figura proeminente do crime organizado. Além disso, é citado como responsável por ter “arranjado” o resultado do World Series (decisão da liga de beisebol norte-americana) em 1919. O personagem foi baseado em Arnold Rothstein, um gângster da vida real.

Casino Royale — Ian Fleming

James Bond é um dos personagens mais conhecidos do cinema de todos os tempos. No entanto, antes de fazer sucesso nas telas, ele já havia sido consagrado nas páginas dos muitos livros escritos por Ian Fleming. Nascido em Londres, no Reino Unido, o autor criou as mais diversas tramas envolvendo o agente 007, e os cassinos fizeram parte delas.

Casino Royale é o primeiro livro sobre o agente secreto britânico, lançado em 1953. Nele, Bond enfrenta o vilão Le Chiffre em uma série de partidas de bacará, que se tornaria o jogo preferido do personagem. A história foi adaptada três vezes para produções audiovisuais:

  • Casino Royale (Climax!), lançado como episódio de uma série de TV em 1954
  • Casino Royale, paródia lançada em 1967
  • Casino Royale, filme de ação da série 007 lançado em 2006

Essas versões cinematográficas ajudaram a popularizar uma visão mais glamourizada dos cassinos. Afinal, eles passaram a ser vistos cada vez mais como ambientes requintados, frequentados por pessoas confiantes e cheias de estilo.